sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

O fim da privacidade?


Site de buscas 'fofoqueiro' revela detalhes da vida alheia


Mais do que o Google, o site de buscas Pipl quer saber o que você fez (virtualmente) no verão passado. Já teve uma conta no comunicador instantâneo ICQ, aquele da pré-história da internet? Ele mostra. Criou um perfil nas redes sociais MySpace, Friendster, Twitter ou LinkedIn? Está lá. Teve seu nome citado em algum trabalho acadêmico ou escreveu algo no site de compras Amazon? Ele também divulga. Fez um álbum de fotos no Flickr? Ele exibe.

Alguns posts abaixo, a Priscila publicou uma matéria sobre pessoas que têm seus rostos mudados com o Photoshop. Nos comentários, eu falei sobre a grande diferença entre o mundo real e o virtual, a questão da privacidade. A matéria acima mostra exatamente como esse, que considero um problema, está evoluindo.

Cada vez mais a internet se mostra um espaço que não inspira confiança. Não bastasse o fato de ser um meio no qual a identidade fica em suspensão, agora, também se coloca como um inibidor de relacionamentos. Quem vai conseguir estabelecer uma amizade, trocar telefones, passar seu e-mail ou o endereço de casa para alguém que não se sabe quem é e em um canal no qual não se sabe quem está vendo?

Fiz alguns testes no Pipl, por mim mesmo e por alguns amigos. Não consegui achar quase nada. Pelo menos por enquanto, o serviço parece ser um tanto restrito, mas acredito ser algo que não se deve arriscar.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

O espetáculo do rebaixamento e o mito do país do futebol

Marília Martins Bandeira

É impressionante a repercussão do rebaixamento do Corinthians. E, como já postou a Priscila, suscita debates delicados. Neste momento, penso no Corinthians enquanto mito do futebol e também no futebol como mito do brasileiro.

Pensando o fenômeno Esporte na sociedade contemporânea e sua repercussão na mídia, podemos explorar na abordagem estruturalista da Comunicação o referencial mítico de Roland Barthes. E no Brasil, o futebol parece ser o mais forte mito contemporâneo.

Mito, para o autor, é um sistema semiológico, um discurso através do qual as sociedades se expressam e uma forma existencial se perpetua. A narrativa mítica distorce o dado a seu favor, mas não é essencialmente uma mentira, é uma inflexão, uma leitura de determinada época e grupo social.

Com o advento da imprensa, uma fala pode ser posta, em larga escala, a serviço de uma ideologia. Os mitos, não mais elaborações arcaicas, são provocações de comportamentos que levam ao consumo. A indústria cultural é também uma indústria mitológica. E o consumidor de mitos está também aí para a mídia esportiva. Nosso herói Pelé e anti-herói Romário, Macunaíma no futebol, são construções midiáticas que correspondem a necessidades sociais e motivações pessoais distintas.

Da forma identificável do mito podemos destacar três características principais no que se refere ao Esporte. A primeira é que o mito pretende transformar fatos históricos em naturais, assim a prática do futebol no Brasil é dada ignorando sua origem inglesa e elitista. Confundem-se na linguagem jornalística os conceitos garra, raça e nação, mantendo a idéia da habilidade futebolística como inerente a todo e qualquer brasileiro, desde sempre.

A segunda é que a narrativa mítica confere formas de dever a atributos pessoais ou circunstanciais, assim a prática do futebol se torna requisito indispensável à formação da identidade masculina brasileira, o que faz excluir a prática feminina e confere enorme status ao jogador profissional.

E a terceira, é a recorrência do discurso mítico, sua repetição incessante, que no Brasil aparece não só no jornalismo especializado como nos noticiários, telenovelas, conversas informais, manifestações artísticas e discussões acadêmicas.

É evidente que esta discussão é excessivamente densa para uma lauda, mas propor uma análise crítica da construção mitológica, e em específico do mito do futebol no Brasil, decifrar esta fala, implica reconhecer no mito antes um conjunto de valores que pode revelar formas de compreender a sociedade que o produz e depois uma maneira como se profere uma mensagem, muitas vezes mercadológica.
A desmistificação é com certeza um caminho para o entendimento do fenômeno esportivo contemporâneo face à corrida da informação e do consumo.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Renovação da CPMF mobiliza autoridades e imprensa




A imprensa brasileira tem se esforçado na cobertura dos debates, quase infinitos, sobre a renovação da CPMF até 2011. Em poucas ocasiões, na história recente da política, foram ouvidas tantas opiniões. Os jornalistas colhem opinões de governadores, senadores, deputados, ex-políticos, economistas. Tanto que isto provoca ainda mais indecisão no Congresso. Para Rolf Kuntz, do Observatório da Imprensa, a guerra aumentou ainda mais quando o presidente Lula saiu do Palácio da Alvorada e decidiu entrar no fronte de batalha.



O problema é que dentro do Congresso a guerra é política. A oposição não cede e ameaça acabar com os planos do presidente Lula de que a CPMF fique por mais tempo em vigor. E neste conflito, Lula já chegou a fazer discursos enfáticos: "Aqueles que votarem contra o imposto do cheque terão que arcar com as conseqüências". Os jornais publicam várias matérias, cada vez mais abragentes, sobre os impactos do fim do imposto ou da permanência dele. Isto pode colaborar com as discussões sobre o assunto e dar margem a novos pontos de vista.



Afinal, o imposto é necessário ou está na hora de exterminá-lo?

O vencedor da batalha foi a oposição que conseguiu acabar com a renovação da CPMF. Isto significa 40 bilhões de reais a menos nos cofres públicos. Desesperada, a base governista deverá suspender o recesso parlamentar a fim de definir como será coberto este rombo. O contribuinte brasileiro será, mais uma vez, prejudicado porque a tendência é que haja aumento de outros impostos.
Uma coisa é certa: o grande debate em torno da renovação do imposto do cheque mexeu com as mais variadas correntes economistas, empresariais, civis e midiáticas. Além disso, ocorreu o princípio das discussões sobre a tão esperada reforma tributária, que poderá tirar o Brasil do topo do ranking dos países que mais pagam impostos.
Acredito que sua criação, em 1996, a CPMF não era colocada em xeque como agora. O resultado é bom porque deixa claro ao brasileiro a quantidade de dinheiro que é obrigado a dar ao Estado.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Fama na web sem querer

No último dia 7, um chinês enfim ganhou o "direito" de ser matéria depois que sua foto, quando colocada na web - já há algum tempo, serviu para várias facetas photoshopadas, sendo até chamado de "rei" na internet.
O jovem, chamado Qian Zhijun, tem hoje 19 anos e é atendente em um posto de gasolina em Pequim.

Veja a matéria aqui, mas algumas fotos interessantes neste link: (tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI2132775-EI4802,00.html)


Tratamento transforma e dá fama a fotos na web

Não é preciso muito: uma expressão divertida, uma pose inusitada e os maníacos do Photoshop (programa de tratamento de imagens) logo a transformam em uma imagem famosa na Internet, com milhares de variações - sempre muito divertidas. Selecionamos algumas, confira (no link).
Uma imagem divertida é a de Hillary Clinton, com uma expressão que inspirou alguém a transformá-la em parente do nojento Beetlejuice, personagem do filme Os fantasmas se divertem.
Outra, muito famosa, mostra o garoto chinês Qian Zhijun, que virou "o rei" das paródias na web, tendo seu rosto colocado no Monte Rushmore entre os presidentes dos EUA, em cartazes de filmes e muito mais.

O poder do Timão...


Demoraram uns dias para comentar este assunto, pois a correria do final de ano está a toda e pq não achava a matéria que queria usar neste post... mas achei e não poderia deixar de comentar... os Corinthianos que me desculpem!
Todos já sabem – mesmo quem não gosta de futebol – que o Timão foi pra Série B do Brasileirão (2ª divisão) para o ano que vem... mas o fato que merece uma discussão aqui é o poder que o Corinthains tem na mídia – principalmente na grande Rede Globo: o canal alega que, pelo Timão ser a segunda maior torcida do país, merece ter seus jogos televisionados para que os torcedores continuem vendo os lances do time na telinha da Tv – Globo!
Porém, como diz no trecho de uma matéria do JC Online, “a Rede Globo confirmou que vai retomar da Rede TV! os direitos de transmissão da Série B para Tv aberta, mas para transmitir apenas os jogos em que o Corinthians estiver em campo. Os executivos da emissora sabem da importância da torcida do clube, a segunda maior do Brasil, atrás apenas da do Flamengo e não estão dispostos a perder essa importante fatia da audiência”.
Aí é que está o fato que me incomoda... se a emissora vai retomar os direitos, pq não passar os outros jogos também?! Vai privar os telespectadores de assistirem a outros jogos – que são interessantes para uma outra parcela de pessoas... este é o ridículo poder que “os grandes” têm, sem realmente se importar com os outros e a desculpa do Corinthians ser a segunda maior torcida do Brasil e merecer a atenção é maquiada, já que o que interessa mesmo aí, é dinheiro.
A matéria aqui comentada está neste link: http://jc.uol.com.br/2007/12/03/not_155636.php

domingo, 25 de novembro de 2007

Ramonet e o contrapoder

Uma matéria publicada no site Observatório da Imprensa comenta uma declaração de Ignácio Ramonet:

Em entrevista a Cláudia Antunes, editora de Internacional da Folha de S.Paulo, Ignacio Ramonet, diretor do Le Monde Diplomatique, proclamou a necessidade da criação de observatórios da imprensa na América Latina. Seu principal argumento: a mídia é o único poder que não dispõe de um contrapoder.

"Os observatórios não têm o objetivo de censurar ou corrigir, mas de submeter os meios aos critérios de funcionamento jornalístico que eles próprios definem." (Folha, 18/11, pág. A-32)

O site diz que o contrapoder à mídia precisa ser feito pela própria audiência, pelo público que é o referente das mensagens e não por jornalistas ou profissionais de comunicação:

Pena que Ramonet não pegou o espírito da coisa: o seu contrapoder e os seus observatórios "seriam formados por jornalistas, professores de comunicação e leitores", enquanto que o conceito norteador deste Observatório da Imprensa é menos elitista, mais social, público.

Agora que estamos chegando ao fim do semestre da matéria Mídia e Poder, acredito que vale fechar o assunto voltando aos questionamentos iniciais: afinal, o público consegue exercer o contrapoder? Ou é facilmente influenciado pelo direcionamento que a mídia deseja? Conseguimos responder essas perguntas?

As aulas me ajudaram a evitar parcialidades, mas, sou um pouco cética sobre se os brasileiros realmente são isentos da influência da mídia e se conseguem questioná-la. Desde as roupas que usamos e até em quem votar, vejo a forte influência dos meios de comunicação.

Assim, de que forma poderíamos exercer o contrapoder? Como estudantes e profissionais de comunicação podemos nos achar isentos da influência, mas, será que somos mesmo?

Acredito que vale aqui mais reflexão sobre o assunto que não se encerra nesse semestre, mas que é parte importante de nosso cotidiano profissional.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

O aquecimento global é mentira?

Na última edição do Fantástico (18 de novembro), da Tv Globo, foi exibida uma matéria que mostra cientistas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU, se contradizendo em relação ao aquecimento global. Depois de afirmarem o problema na Terra, agora dizem que é tudo mentira.
Estórias como essa não são novas. Já ouvimos que cientistas norte americanos foram pagos para mentir em relação a pesquisas realizadas,
entre outros assuntos e, mais uma vez, cientistas foram até a mídia para provocar no mínimo, contradições e confusões. O que acham?

Abaixo, alguns trechos da matéria. O texto na íntegra, está no site:
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/Fantastico/0,,AA1662336-4005,00.html.

É TUDO MENTIRA?
Os cientistas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, o IPCC, da ONU, fizeram esta semana sua quarta e última reunião do ano. Eles reafirmaram o que foi a pior notícia de 2007, talvez do século: a Terra está em aquecimento acelerado e a culpa é nossa, do ser humano.
Ganharam o prêmio Nobel da Paz, mas não a unanimidade. Alguns cientistas ainda desconfiam da gravidade do problema e questionam os estudos do IPCC. Recentemente eles foram ouvidos pela televisão inglesa em um documentário que começa assim: "Em todo lugar você escuta falar que está absolutamente comprovado que o homem é o responsável pelas mudanças climáticas. Mas o que estão dizendo por aí é mentira."
A Terra está ficando de fato mais quente, mas a causa não é o gás carbônico, diz o professor Tim Ball, da Universidade de Winnipeg, no Canadá. O documentário inglês procura dar um nó em tudo que aprendemos sobre mudanças climáticas. Para eles, o clima da Terra sempre sofreu variações. O aquecimento que estamos vivendo seria natural.
Mas tudo o que é dito no documentário "A fraude do aquecimento global" é contestado pelos cientistas do IPCC, o grupo premiado com o Nobel.
(...)
Se, como dizem os críticos do aquecimento, o CO2 não é a causa do aquecimento global, então, por que a temperatura média na Terra aumentou quase um grau nos últimos 150 anos? Para o pessoal do documentário o motivo está no céu: um aumento da atividade solar.Quem diz "mentira!", agora são os cientistas do IPCC. Em seus estudos, eles já levaram em conta a radiação solar.