terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Renovação da CPMF mobiliza autoridades e imprensa




A imprensa brasileira tem se esforçado na cobertura dos debates, quase infinitos, sobre a renovação da CPMF até 2011. Em poucas ocasiões, na história recente da política, foram ouvidas tantas opiniões. Os jornalistas colhem opinões de governadores, senadores, deputados, ex-políticos, economistas. Tanto que isto provoca ainda mais indecisão no Congresso. Para Rolf Kuntz, do Observatório da Imprensa, a guerra aumentou ainda mais quando o presidente Lula saiu do Palácio da Alvorada e decidiu entrar no fronte de batalha.



O problema é que dentro do Congresso a guerra é política. A oposição não cede e ameaça acabar com os planos do presidente Lula de que a CPMF fique por mais tempo em vigor. E neste conflito, Lula já chegou a fazer discursos enfáticos: "Aqueles que votarem contra o imposto do cheque terão que arcar com as conseqüências". Os jornais publicam várias matérias, cada vez mais abragentes, sobre os impactos do fim do imposto ou da permanência dele. Isto pode colaborar com as discussões sobre o assunto e dar margem a novos pontos de vista.



Afinal, o imposto é necessário ou está na hora de exterminá-lo?

O vencedor da batalha foi a oposição que conseguiu acabar com a renovação da CPMF. Isto significa 40 bilhões de reais a menos nos cofres públicos. Desesperada, a base governista deverá suspender o recesso parlamentar a fim de definir como será coberto este rombo. O contribuinte brasileiro será, mais uma vez, prejudicado porque a tendência é que haja aumento de outros impostos.
Uma coisa é certa: o grande debate em torno da renovação do imposto do cheque mexeu com as mais variadas correntes economistas, empresariais, civis e midiáticas. Além disso, ocorreu o princípio das discussões sobre a tão esperada reforma tributária, que poderá tirar o Brasil do topo do ranking dos países que mais pagam impostos.
Acredito que sua criação, em 1996, a CPMF não era colocada em xeque como agora. O resultado é bom porque deixa claro ao brasileiro a quantidade de dinheiro que é obrigado a dar ao Estado.

Um comentário:

Zambeta disse...

Todo o debate em relação à CPMF serviu para deixar bem clara a polarização da mídia. É impressionante como jornalistas que antes aparentavam ser críticos, porém, imparciais se mostram extremamente partidários. Um dos exemplos mais claros, para mim, é o de Paulo Henrique Amorim. Sua coluna "Conversa Afiada", no IG é absurdamente governista, sugiro que todos deêm uma olhada.
Em relação ao público, a mídia muito falou sobre a CMPF nessas últimas semanas, de maneira quase exagerada, mas me pergunto se a maioria da população conseguiu sair desse bombardeio de informações com uma opinião ou, ao menos, uma noção sobre o que aconteceu.