domingo, 21 de outubro de 2007

Juventude & Televisão - os digital natives







No site Observatório da Imprensa, Nelson Hoineff, publicou um artigo sobre a maior feira de conteúdo audiovisual do mundo, o Mipcom, que ocorreu em Cannes de 8 a 11 de outubro deste ano. Um dos temas discutidos na feira, foi o comportamento dos jovens com as novas tecnologias:

"Os números são impressionantes, ainda que previsíveis. Na Europa e nos EUA, os adolescentes de até 17 anos já trocaram a televisão pelas muitas mídias que surgiram depois que eles nasceram. São os chamados digital natives, as meninas e os meninos que nasceram na época digital. Para eles, mobilidade e conectividade não são conquistas tecnológicas recentes: são parte natural do mundo, como os automóveis ou a Coca-Cola. Também para estes jovens, o peer, construção do conteúdo pelo usuário, tem uma ética mais forte do que os meios que emanam da radiodifusão. Cerca de 32% dessa turma confia plenamente no que está sendo postado por outra pessoa, individualmente – tanto em blogs quanto em sites de compartilhamento. Sejam indicações culturais, informações objetivas ou relatos de experiências. A confiança no que está sendo dito pela mídia é bem menor.

O mundo do conteúdo televisivo dividiu-se em três partes, análogas a um animal estranho: a "cabeça", onde estão os programas das principais redes de televisão; a fat belly, barriga gorda, onde estão as emissoras menores porém massivas, como as principais redes de TV por assinatura; e a long tail, cauda longa, que é estreita e infinita e que abriga todo o demais conteúdo.
O que está derrubando o interesse dos jovens pela televisão é que a inteligência do meio não está na cabeça, mas na cauda. O cérebro dos grandes produtores e exibidores está produzindo variações pioradas do que é feito há 50 anos.

A televisão falsa, massificada, fundamentada na crença de que audiência é gado, será matéria de estudo pouco honroso para o meio que hoje tem a certeza que a fórmula do sucesso é nivelar tudo por baixo e reduzir ao mínimo o nível de exigência de quem está pagando a sua conta."












Um comentário:

Zambeta disse...

Como bem disse o autor no começo do artigo, já era previsível. A televisão há tempos vem perdendo o posto de "mídia absoluta" (principalmente em países onde a Internet está mais presente) justamente por ser uma mídia "autoritária". Poder participar de algo, deixar com a sua cara, tem inúmeras opções de escolha é o que mais chama a atenção das pessoas (em especial, dos jovens). E é exatamente isso que a Internet oferece e a televisão não.