
http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI1902617-EI7896,00.html
A absolvição do presidente do Senado, Renan Calheiros, é intrigante. Não vou entrar aqui no mérito da decadência moral ou da falta de credibilidade das instituições brasileiras. A questão é mais abrangente e me leva a questionar qual é o real poder da mídia.
Dias antes da votação, apesar do "pé no chão" de muitos, grande parte dos veículos de comunicação, especialmente os de grande circulação, publicaram matérias que, se não davam a cassação como certa de maneira aberta, certamente apontavam todos os indícios de que esse era o caminho natural na votação de quarta-feira.
A Folha de S. Paulo chegou ao requinte de publicar uma enquete feita pela sua reportagem e que apontava que 41 senadores votariam pela cassação e apenas 10 seriam contra. Diante do resultado, seria um problema de má fé dos entrevistados, ou uma tentativa (frustrada) de pressão por parte do jornal?
O que parece ficar deste episódio (assim como do Mensalão e tantos outros) é que, se a mídia, no Brasil, um dia já foi capaz de derrubar presidentes, hoje se encontra em algum estágio abaixo dos três primeiros poderes. A ordem de força se inverte de tempos em tempos, mas, ultimamente, a mídia parece estar perdendo potência.
3 comentários:
Oi Marcus, talvez a mídia não tenha alcançado o resultado que esperavam pq não foi o grande público que votou, como no caso de eleições em que, comprovadamente, a mídia persuadiu a população e manipulou resultados.
Acredito que os senadores só absolveram Renan Calheiros pq a sessão foi fechada e o voto secreto. Desta maneira ninguém se expôs. É tanto que em pesquisa realizada, pela imprensa, logo após a votação, o número de senadores que votaram contra a cassação era menor do que o placar do Congresso Nacional indicava. Outra decisão dos parlamentares que coloca em dúvida o real poder da mídia é a prorrogação da CPMF. É notório que, tanto a imprensa, quanto a opinião pública, é contrária a decisaão e, no entanto, em votação ABERTA, a Câmara aprovou a prorrogação até 2011, em primeiro turno.
Postar um comentário